A ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS
( Autor: Maurício de Souza )
Mônica tocava o seu piano calmamente quando de repente Tio José entrou nervoso na sala falando:
- Isso precisa acabar!!! Não pode continuar!
Mônica falou:
- O que tem que acabar Tio José?
- A escravidão, Mônica! A escravidão!
Mônica confusa perguntou:
- Hein?
Tio José respondeu:
- Tudo bem! Pra “ela” terminar, você precisa saber como “ela” começou!Desde a época da colônia, já existiam escravos por aqui! A maioria eram índios! Mas o trabalho na lavoura exigia uma maior quantidade de mão-de-obra!
Mônica falou:
- Então eles foram buscar na África!
- Isso mesmo! Assim começou o comércio e tráfico de negros africanos!
Mônica assustada disse:
- Seres humanos vendidos como animais!Que horror!
Tio José falou:
Pior ainda é o fato de que negros vendem negros! Vendiam por troca de alguns rolos de fumo!
No mesmo instante chegaram Cebolinha e Cascão.
Cebolinha disse:
- Oba! Histólia!
- Podemos ouvir também? – Perguntou Cascão.
- Claro, crianças! – Disse contente Tio José.
- E depois, Tio José? – Perguntou Mônica ansiosa.
- Depois de comprados, os negros são colocados em navios negreiros que vêm para o Brasil. – Disse Tio José completando com uma poesia:
- “Presa nos elos de uma só cadeia, a multidão faminta cambaleia, e chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, outro que martírios embrutece, cantando, geme e ri!!”
- Nossa! Quem escreveu essa poesia? – Perguntou Cebolinha.
- Meu amigo Castro Alves! – Disse Tio José.
- Olá! – Disse Castro Alves,que chegou no momento em que a sua poesia era dita por Tio José.
- Essas viagens devem ser telíveis! – Disse Cebolinha admirado com tanta violência.
- E são! Por isso, esses navios são conhecidos como tumbeiros! Mais da metade dos escravos morrem pelo caminho. Os negros vêm amontoados, acorrentados, humilhados. Muitos são reis, príncipes em suas terras, mas aqui eles eram muito mal tratados. Derrotados e vendidos, viram escravos numa terra estranha! – Disse Castro Alves.
- E depois? – Perguntou Mônica ansiosa.
- Bem...Depois, eles são levados a um barracão e marcados a ferro quente até serem vendidos! O preço variava de acordo com a idade, sexo, origem e destino! Por exemplo, um homem de 30 anos valia um conto de réis! Até criança era vendida como mercadoria e assim sem dó nem piedade, famílias eram separadas! – Respondeu Castro Alves.
- Telível! Estou de cabelo em pé! – Disse Cebolinha.
- Seu cabelo já é em pé! – Brincou Cascão.
- Continuem! – Disse Mônica brava.
- Nas fazendas, os escravos fazem todo tipo de trabalho!Eles plantam, cortam cana, levam os feixes pra moendá, fazem trabalho pesado da moagem e mais tarde, o caldo é cozido, esfriado e seco e vira açúcar! E quando acaba o dia, os senhores de engenho vão para a sede da fazenda, a casa-grande, enquanto os escravos vão para as senzalas, um galpão com uma só porta, sem janelas e onde se dorme no chão! Algumas escravas trabalham na casa-grande, elas são mucamas, aias, quituteiras e algumas amamentam os filhos dos seus senhores! Essas são chamadas “mães pretas”! – Respondeu Castro Alves.
- E se o escravo desobedece ao seu senhor? – Perguntou Cascão.
- Daí, ele é punido das mais diferentes formas!Nem ouso dizer! – Disse Castro Alves
Uma voz no fundo da sala disse:
- Pois eu digo!
Era mais um amigo do Tio José, o Rui Barbosa.
Cebolinha curioso disse:
- Quem é o cabeçudo?
- Psst! Cebolinha! Mais respeito! Ele é uma das maiores cabeças do nosso tempo! – Disse Mônica brava com Cebolinha.
- Então! Foi o que eu disse! – Brincou Cebolinha.
- Cebolinhaaaa! – Gritou Mônica.
- Fale soble as punições aos esclavos,Lui! – Disse Cebolinha sem graça para Rui Barbosa.
- Eu digo, quando um escravo é rebelde, ele é punido publicamente, servindo de exemplo aos outros.Geralmente isso acontecia num tronco de árvore, o Pelourinho! Quem cumpria a tarefa de açoitar o escravo era o feitor (pessoa que servia para punir os escravos).Outra punição era deixar o negro preso no tronco. Já o escravo que foge é perseguido pelo capitão-do-mato, e depois de capturados e chicoteado, é obrigado a usar uma pesada argola de ferro no pescoço, a gargalheira. A resistência de alguns escravos já levou alguns negros fugitivos a organizarem seus quilombos! – Disse Rui Barbosa.
- Você quis dizer “Calombos”, né ? – Perguntou Cascão.
- Não! É quilombos, mesmo! Quilombos são vilas criadas por escravos fugitivos! O mais famoso foi o Palmares! Lá viviam em harmonia e liberdade negros, índios e alguns brancos pobres!Seu líder mais famoso foi Zumbi, o rei de Palmares!Os negros do Quilombo dos Palmares resistiram aos ataques imperiais e de holandeses por quase 100 anos, mas em 1694, uma expedição de Domingos Jorge Velho, o Bandeirante, dizimou Palmares! – Relatou Rui Barbosa.
- E nada de acabar a escravidão! – Exclamou Mônica.
Rui Barbosa respondeu:
- Mas algumas leis foram mudadas! Em 28 de setembro de 1871 foi aprovada a Lei do Ventre Livre que considerava livre qualquer filho de escravo nascido a partir daquela data. Já, em 28 de setembro de 1885 é a vez da Lei dos Sexagenários que estavam livres os escravos com mais de 65 anos!
- Já foi um avanço! – Disse Tio José.
- Acredito que estamos perto da abolição! – Disse Rui Barbosa.
- Abolição? – Perguntou Mônica.
- Sim! Somos todos abolicionistas! – Falou Rui Barbosa.
- Lutamos para que todos sejam livres!Queremos o fim da escravidão! – Disse Tio José.
- O negro precisa se integrar à nossa sociedade! Aliais de uma forma, já está! – Exclamou Rui Barbosa.
- Como? – Perguntou Mônica.
- É só olhar ao redor Mônica! Na culinária, o negro está presente como o acarajé, o vatapá, o caruru... Nas danças, músicas como o samba, e até no vocabulário brasileiro! Com palavras derivadas de línguas nativas africanas, o ioruba e o nagô, nossa língua portuguesa ficou mais rica! – Disse Tio José.
- E o que falta pra escravidão acabar de vez, Tio José? – Perguntou Mônica.
- Bem... Sua majestade, a princesa Isabel, precisa assinar uma lei definitiva contra a escravidão! Uma Lei Áurea!
- Só assinar? Então empresta sua pena tio? – Perguntou Mônica.
- O que ela vai fazer? – Perguntou Tio José.
- Ué?! Levar a pena pla plincesa Isabel assinar a lei! – Disse Cebolinha.
- Vocês, adultos, são tão complicados às vezes... – Disse Mônica.
- Agora, eu sei por que o senhor se chama “José do Patrocínio”! Sua pena vai “patrocinar” a abolição!– Exclamou Cascão.
- Majestade! PUF! PUF! – Disse Mônica.
- Como entrou aqui? – Disse a Princesa Isabel surpresa.
- Com uma coelhada, mas isso não importa! Tenha “pena“ dos escravos! – Disse Mônica.
- Sim! Já é hora de acabar com 300 anos de escravidão no Brasil! – Disse Princesa Isabel
E assim aconteceu a libertação dos escravos. Eles foram livres e mostraram a todos o seu verdadeiro valor! – Finalizou Tio José.
* Vamos interpretar?
1) Responda com respostas completas de acordo com o texto acima:
a) Desde que época a escravidão existia?
b) Qual o nome do navio que os escravos vinham para o Brasil?
c) O que era a Lei do Ventre Livre?
d) O que eram os quilombos?
2) Coloque ( V ) se for verdadeiro ou ( F ) se for falso:
( ) Os negros eram vendidos como mercadorias.
( ) Os escravos vinham da Espanha para trabalhar no Brasil.
( ) O Quilombo dos Palmares durou quase 100 anos.
( ) Os negros não deixaram nenhuma influência na nossa cultura.
3) Complete as frases com o auxílio do banco de dados abaixo:
A) Rui Barbosa e Castro Alves eram __________________ , pois defendiam o fim da escravidão.
b) A Lei dos ___________________ deixava livres os escravos com mais de 65 anos.
c) As escravas que amamentavam os filhos dos senhores eram chamadas de ______________________ .
d) ____________________ era a pessoa que punia os escravos.
4) Envolva as frases verdadeiras:
a) Pelourinho era o local onde os escravos descansavam.
b) A Princesa Isabel assinou a Lei Áurea.
c) A escravidão durou no Brasil por cerca de 300 anos.
d) Os escravos só trabalhavam nas empresas dos senhores.
5) Complete a cruzadinha:
a) Os primeiros escravos foram os ----.
b) Os negros eram vendidos por troca de --- de rolo.
c) Os negros plantavam ---- de açúcar.
d) Os negros comiam e dormiam na ---.
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